A receita da eterna felicidade

Os meus problemas são os maiores problemas do mundo, mas só porque são meus. Um grãozinho de areia perto do problema de um monte de gente, um problemão perto de outros tantos. Mas é assim mesmo, cada um vive com seus "pequenos grandes problemas". A paciência, que nunca foi minha amiga, agora, nessa altura da vida, é a minha sombra, me acompanha por todo lugar. Paciência, equilíbrio, fé... Cadê aquela louca, alucinada, impulsiva, que troca os pés pelas mãos em 90% das tentativas de fazer o que considera certo?!?! Acho que os tombos e o passar dos anos amansaram essa fera que sempre viveu por aqui. De vez em quando ela dá sinal de vida através de palavras duras, crises de choro, atitudes brutas, agressividade, entretanto, estou tentando arduamente matar essa criatura. Arrancá-la de dentro de mim. Meus problemas não são os maiores do mundo. Na verdade, eu nem sei se realmente os tenho, ou se fantasio pra ter do que reclamar. Porque, vamos combinar, ser consolado é muito bom. Alguém sempre tem aquela doce frase, recheada de elogios na ponta da língua. Não, não vou reduzir a humanidade a pessoas narcisistas que necessitam de bajulação. Mas é uma maneira de se encarar tudo isso. Quantos dos nossos problemas são problemas de fato? Quantas vezes transformamos algo medíocre no maior problema do mundo? Quantas vezes só reclamamos e não fazemos absolutamente nada pra tentar resolvê-los? Quantos deles podemos resolver? E o que não podemos são, de fato, problemas? Se não posso resolver, devo eliminar. Se não posso eliminar, tenho que resolver. Na minha cabeça e no meu coração. O dia em que entendermos que o que temos é nosso, o que não temos é porque não deveríamos ter, o que não é nosso é de alguém, o que é nosso não é de mais ninguém, e está guardado em algum lugar que um dia a gente vai achar, por mais impossível que possa parecer, e por mais difícil que seja, talvez sejamos felizes.

Se alguém consegue compreender isso, me passa a receita?