Você

Houve um tempo em que a sua existência não fazia a menor diferença para mim. Eu não te via e não sentia falta. Não éramos amigos, nem colegas, não éramos nada. Você reapareceu e foi chegando de mansinho, com esse seu olharzinho charmoso, sua voz suave, seus gestos milimetricamente calculados para tocar no cotovelo na hora certa, sentir o perfume no momento exato, segurar a mão quando deve... Foi irresistível, incontrolável. Você poderia encabeçar a lista de características que um homem NÃO deve ter pra ficar comigo. Um monte de coisinhas que eu não queria para minha vida vieram no seu pacote. Houve um tempo em que resistiria a isso, mas esse tempo passou. Hoje, estou entregue. Todos os seus pequenos e grandes gestos invadiram minha cabeça, e, aos poucos, invadem meu coração. Sua carinha vermelha de vergonha quando me conta algo que posso não gostar, seu sorriso sem graça, a coçadinha na cabeça, as batidinhas que me dá no braço quando quer falar e eu não dou a devida atenção, o jeito doce como fala de quem ama, os planos de vida, de carreira, a preocupação, as mensagens, os pedidos, o carinho. Quero você com todos os seus defeitos, e o milhão de qualidades que, muitas vezes, você nem percebe que tem. Com tudo o que sei, o que foi, o que fez, e com tudo que será e fará daqui pra frente. É tudo muito novo, e muito recente, e muito intenso. Quero viver cada minuto, cada segundo, como se fosse o último.

É... Acho que tinha que ser com você...