quinta-feira, outubro 02, 2008

Segunda chance

Existem pessoas que passam por nossas vidas e nada fincam. Podem ser boas companhias, boas amantes, até divertidas, mas não acrescentam, não marcam território no lugar mais importante que existe, o coração. E somem. E você nem sente falta.
Existem pessoas que deixam momentos, recordações, gostosas lembranças, mas não ficam. São as amizades que se perdem no tempo, no mundo, na correria do dia-a-dia, na distância. São os ex-namorados que não deixaram traumas. São legais, porém não têm vocação para futuros maridos (esposas), pais (mães) de seus filhos.
Existem também as pessoas que deixam marcas traumáticas e inesquecíveis. O amigo que mentiu. O namorado que traiu. A criatura que te desprezou e te fez chorar, no mínimo, umas 500 vezes. Aquela que ficou com seu namorado. Aquele que roubou seu sossego. Aquele que te tirou a paz. Aquele que fez com que você agisse como um cachorro, ou que fez com que se sentisse como um. O dono da decepção, do amadurecimento forçado, na porrada, dolorido. A pessoa que fez com que algo mudasse dentro de você, e que o resultado é a sensação de força, sabedoria, proteção que sentimos ao constatar que aquilo passou e te fez melhor.
Existem as eternas. As que estão no coração, lá ficarão eternamente. A que nunca parte, mesmo distante. A que nunca está longe, mesmo que fisicamente esteja. É o amigo de infância. O amigo-confidente. O amigo, simplesmente. O irmão. A madrinha do casamento. A madrinha do filho. O filho. O pai. A mãe.
E este texto poderia parar por aqui, se não me desse conta que existe ainda uma outra categoria (perdoem-me a ausência de palavra melhor) de pessoa. A subestimada.
Aquela que aparece de repente, e acha que você é importante o suficiente para entrar na vida dela. Às vezes, você nem percebe. Não conhece e nem se deixa conhecer. Não dá valor. Subestima, mesmo. Estima pouco, estima quase nada. E ela permanece. Vai e volta. Não te deixa sumir.
O que acabo de escrever vai para alguém que subestimei por 7 anos e que a vida, graças a Deus, me deu a chance de reencontrar, reconhecer, retomar, repensar, reavaliar, e todos os "re"s possíveis da língua portuguesa. Para a pessoa com quem eu descobri ter muitas coisas em comum. E milhares de diferenças. Aprendi a gostar das duas coisas igualmente. É bom saber que nos poucos meses que me permiti te olhar, aprendi mais do que com muitas pessoas que encontro todos os dias, em muitos anos. Você nem sabe o quanto acrescenta à minha vida. Não preciso te ver todos os dias, porque você tá sempre aqui. Dentro. Por favor, permaneça.
E alguém ler isso e perceber que está deixando seu "subestimado" escapar, my work is done. Ou no bom e velho português, meu trabalho está feito. Não deixe.
Sejam felizes!

2 comentários:

Unknown disse...

CACETA...
VC NÃO EXISTE, ESSE POST ESTÁ MARAAAAAAA!!!PERFEITO!!!
Já estava com saudade de ler seus textos!!!
Bjusss te amo sister!!

Dalila

Fox disse...

Mari,
Li alguns posts do seu blog.
Quero lhe dizer obrigado por compartilhar esses pensamentos que têm me tocado muito profundamente.
Um abraço fraterno.
Eurico